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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sexta-feira, 26 de abril de 2024

A pequenez moral de quem apoia ditaduras assassinas - Editorial Estadão

O ‘tarjetón’ de Maduro

Editorial, O Estado de S. Paulo (26/04/2024)

Lula festeja ‘normalidade’ de uma eleição em que tudo é feito para dar a vitória a Maduro, o que mostra sua pequenez moral diante de gente que sabe distinguir uma ditadura quando vê uma

No café da manhã que teve recentemente com jornalistas, o presidente Lula da Silva classificou de “extraordinária” a decisão da oposição da Venezuela de se unir em torno de um candidato único para disputar a eleição presidencial contra o ditador Nicolás Maduro. Lula parece considerar que a suposta união da oposição em torno de uma candidatura é um sinal de normalidade política. “Vai ter eleições, eu acho que vai ter acompanhamento internacional sobre as eleições. É interesse de muita gente querer acompanhar”, festejou Lula. E ele acrescentou, candidamente: “E se o Brasil for convidado (como observador), o Brasil participará do acompanhamento dessas eleições na perspectiva de que, quando terminar essas eleições, as pessoas voltem à normalidade. Ou seja, quem ganhou toma posse e governa; quem perdeu se prepara para outras eleições, como eu me preparei depois de três derrotas aqui no Brasil”.

É preciso ser muito ingênuo, coisa que Lula não é, para acreditar que as assim chamadas “eleições” na Venezuela são normais, isto é, que “quem ganhou toma posse e governa” e “quem perdeu se prepara para outras eleições”. Numa ditadura, caso da Venezuela, as eleições são meramente protocolares, cuja serventia é apenas dar ares de legitimidade democrática à manutenção do ditador no poder. Ou seja, já se sabe de antemão que Maduro será “reeleito”.

Por esse motivo, ninguém na oposição venezuelana realmente acredita que seja capaz de ganhar as eleições nem, muito menos, que Maduro, se por um cataclismo fosse derrotado, entregaria pacificamente o poder. Para resumir, a oposição não ganhará a eleição porque democracia não há: os principais candidatos oposicionistas ou estão presos ou foram impedidos de concorrer; não há imprensa livre nem Judiciário independente; e o governo chantageia os eleitores pobres (quase a totalidade da população) ameaçando retirar benefícios sociais caso não apoiem Maduro, isso quando não manda suas milícias simplesmente aterrorizá-los.

Ou seja, mesmo sendo ditador, Maduro não dá nenhuma sopa para o azar. Até mesmo a cédula de voto é feita para assegurar que não haverá surpresas sobre o resultado da eleição de julho. Chamada de “tarjetón”, por seu tamanho descomunal, a cédula apresenta a foto de Maduro nada menos que 13 vezes, contra apenas uma do tal candidato único da oposição. O próprio tirano, ao apresentar a cédula, fez blague: “Maduro tem 13 fotos. Hegemonia. Candidato único. Ditadura”.

Ainda assim, a oposição vai participar da campanha, e tudo indica que o fará não porque tenha qualquer esperança de sucesso, mas como forma de ganhar palanque para denunciar a ditadura chavista. Desse modo, a tal candidatura unificada da oposição é, na prática, uma “anticandidatura”.

Isso requer coragem, a mesma que teve Ulysses Guimarães, aqui no Brasil, ao apresentar-se como “anticandidato” à sucessão do presidente-general Emílio Médici, em 1974. Como se sabe, a eleição era restrita a um Colégio Eleitoral quase totalmente dominado pelo regime militar, que apenas referendava o nome ungido pelos generais. Ulysses, claro, não tinha a menor chance, mas não entrou na disputa para ganhar, e sim para ter algum espaço para denunciar o regime.

Um discurso memorável selaria a anticandidatura: “Não é o candidato que vai recorrer o país. É o anticandidato, para denunciar a antieleição imposta pela anticonstituição que homizia o AI-5 (Ato Institucional n.º 5, a norma mais repressiva da ditadura), submete o Legislativo e o Judiciário ao Executivo, possibilita prisões desamparadas pelo habeas corpus e condenações sem defesa, profana a indevassabilidade dos lares e das empresas pela escuta clandestina e torna inaudíveis as vozes discordantes”. E concluiu: “A inviabilidade da candidatura oposicionista testemunhará perante a nação e perante o mundo que o sistema não é democrático”.

É, portanto, de estatura moral que se trata. Nesse ponto, Lula é um anão perto de Ulysses e dos opositores venezuelanos – que sabem distinguir muito bem uma ditadura quando estão diante de uma.


A nova divisão do mundo e a postura diplomática do Brasil - Paulo Roberto de Almeida

A nova divisão do mundo e a postura diplomática do Brasil 

 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Digressão sobre a segunda Guerra Fria e as escolhas da atual diplomacia brasileira


 

Está em curso, e isso já é bastante nítido, uma nova divisão do mundo, talvez muito pior e ainda mais ameaçadora para a sobrevivência do mundo civilizado do que aquela que ocorreu no “Norte Global” dos anos 1930, entre as democracias de mercado do mundo ocidental – com vários pacifistas no comando das principais potências – e as potências fascistas, expansionistas e belicistas que se opunham a esse poderio econômico e político e que pretendiam contestar essa hegemonia pela força das armas.

Assim o fizeram — aliás o Japão contra a China desde 1931 e 1937, e os dois fascismos europeus na Espanha desde 1936, em face da pusilanimidade das potências ocidentais em 1938, quando deveriam ter confrontado os agressores — e o mundo foi precipitado num conflito global que simplesmente dobrou o número de vitimas e o volume da destruição material da Grande Guerra, agregando a tudo isso um genocídio ainda pior do que o contra o povo armênio na Grande Guerra, que foi o Holocausto contra o povo judeu, por nenhum outro motivo que não o de ser judeu.

O Brasil, como na Grande Guerra, afirmou sua neutralidade na contenda de meados do século até onde isso foi possível, confrontando a postura Rui Barbosa que, desde o início, e expressamente em 1916, dizia que não se pode ser neutro entre a Justiça e o crime. Foi preciso um chanceler do caráter de um segundo Barão, Oswaldo Aranha, para nos colocar do lado certo quando as escolhas se tornaram inevitáveis, aliás relembrando, em 1942, a postura de Rui em 1916.

No segundo pós-guerra, o Brasil construiu, com hesitações ao início, uma postura diplomática de neutralidade e de real autonomia na política externa, em face da grande divisão do mundo na primeira Guerra Fria e das contendas interimperiais do período 1946-1989. Foi positivo para o seu grande objetivo prioritário, o desenvolvimento econômico e social.

O Brasil, por sua tradição de autonomia e de independência na política externa, não deveria agora tomar partido na nova contenda entre as grandes potências desta segunda Guerra Fria, que já se tornou parcialmente quente em alguns pontos o planeta, notadamente (e novamente) na Europa, em especial na Ucrânia (mas já tinha começado, inclusive por meios militares, na Georgia e na Moldova). A Rússia repete os descaminhos dos impérios centrais na Grande Guerra e doas potências fascistas agressivas dos anos 1930, e Putin é o mais próximo que temos de um novo Hitler. A China flexiona seus músculos na Ásia e o faz na direção de uma ilha que nunca pertenceu à República da China (ela estava sob dominação japonesa desde 1870, até 1945) e que tampouco pertenceu à RPC, instalada no continente, desde 1945 e até 1949, quando o PCC vence a guerra civil contra o Kuomintang no poder na RC, e nos anos seguintes até 1972, quando Taiwan deixa de representar o povo chinês no CSNU, e a RPC proclama suserania sobre esse antigo domínio do Império do Meio.

O Brasil rompeu relações diplomáticas com Taiwan em 1974, e passou a reconhecer a doutrina da RPC de soberania sobre Taiwan, mantendo um escritório comercial na ilha. Durante todo esse tempo, seja sob a ditadura militar, seja na redemocratização, o Brasil manteve sua postura de autonomia e independência nas diferenças entre as grandes potências.

Lula, mal assessorado, preconceituoso, já escolheu o seu campo, o das autocracias, e isso implicitamente desde o primeiro mandato. Ele o faz agora explicitamente no terceiro mandato, mas já tinha havido um grande erro estratégico, em nome do Brasil, quando da invasão e anexação ilegal da península ucraniana da crimeia em 2014 e o terceiro governo petista permaneceu completamente indiferente em face da grave violação da Carta da ONU perpetrada pela Rússia. O erro estratégico se repetiu desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, sob o governo Bolsonaro, e assim permaneceu no governo lulopetista. 

Por razões diferentes, mas com consequências similares, ambos os governos, se mostraram indiferentes à grave guerra de agressão contra um país soberano, se tornando, portanto, objetivamente favoráveis à posição do violador da Carta da ONU, que de resto passou a cometer crimes de guerra, contra a paz e a humanidade, numa série de atrocidades jamais denunciadas incisivamente por qualquer um dos dois governos brasileiros. 

Lamentável que seja assim, e as lideranças democráticas do Brasil deveriam alertar Lula por essa escolha contra a natureza do Brasil democrático, contrária às cláusulas de relações internacionais da Constituição de 1988 e afrontosas a quaisquer normas do Direito Internacional, começando pela Carta da ONU, assim como em total contradição com princípios e valores de nossas tradições diplomáticas longamente estabelecidas.

Num momento em que o mundo se aproxima de um novo clima de tensão bélica entre grandes potências opostas, é preocupante que a postura diplomática do Brasil se mostre objetivamente favorável a um dos campos, o das autocracias, contra os sentimentos democráticos da maioria da nação brasileira. Mesmo o autocrático Estado Novo permaneceu fiel à doutrina jurídica consagrada do Itamaraty, quando, em 1939 e em 1940, os dois aliados totalitários unidos por um pacto de não agressão violaram a soberania e anexaram ilegalmente territórios da Polônia e dos três Estados bálticos, países com os quais mantínhamos relações diplomáticas regulares. A ditadura do Estado Novo não reconheceu a usurpação da soberania dessas nações, o que não ocorreu em relação à Crimeia em 2014 e não parece ocorrer em relação à Ucrânia desde 2022. 

Momento extremamente baixo e contrário às nossas tradições diplomáticas de pleno respeito ao Direito Internacional e em defesa da paz e da segurança internacionais. O Brasil merece retornar à postura de autonomia e independência de sua política externa e de neutralidade de sua postura diplomática em face das contendas interimperiais. Não é o que se observa atualmente.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4645, 26 abril 2024, 3 p.


O Brasil e a pandemia da covid-19: aspectos internacionais - Paulo Roberto de Almeida (livro coletivo)


1427. “O Brasil e a pandemia da covid-19: aspectos internacionais”, in: A crise da covid-19 no Brasil e seus reflexos; organizadores: Gleisse Ribeiro Alves, Gabriel Blouin Genest, Eric Champagne, Nathalie Burlone (Brasília: Ceub, 2021; ISBN: 978-65-87823-87-4; p. 77-101);

Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/61811047/1427OBrasileapandemiadacovid19aspectosinternacionais2021); divulgado no blog Diplomatizzando (16/11/2021; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/11/o-brasil-e-pandemia-da-covid-19.html). Postado novamente na plataforma Academia.edu, com capa (link: https://www.academia.edu/118079721/3948_O_Brasil_e_a_pandemia_da_covid_19_aspectos_internacionais_2021_). Relação de Originais n. 3948.


O Brasil e a pandemia da covid-19: aspectos internacionais

 

Paulo Roberto de Almeida *

Colaboração à obra coletiva A crise da covid-19 no Brasil e seus reflexos; organizadores: Gleisse Ribeiro Alves, Gabriel Blouin Genest, Eric Champagne, Nathalie Burlone (Brasília: Ceub; 2021; ISBN: 978-65-87823-87-4; p. 77-101).

Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/61811047/1427_O_Brasil_e_a_pandemia_da_covid_19_aspectos_internacionais_2021_)

 

 

Sumário: 

1. Introdução: ideologia e negacionismo importados no governo Bolsonaro

2. A lenta e longa marcha do Brasil em direção à vacina: um programa frustrado

3. Conclusão: Bolsonaro, o último negacionista do planeta e a tragédia brasileira

 

 

1. Introdução: ideologia e negacionismo importados no governo Bolsonaro

As conexões internacionais da questão da pandemia no caso brasileiro apresentam mais de um aspecto. Por um lado, o fato, relativamente subjetivo, de o presidente brasileiro eleito em outubro de 2918, Jair Bolsonaro, ter colocado suas ações e posturas (internas e externas) no contexto ideológico da chamada “nova direita americana”, ou seja, o movimento que presidiu à ascensão à presidência americana de Donald Trump, em 2016, e que já vinha se manifestando, sob outras roupagens, no continente europeu e em outros continentes em torno de ideias altamente conservadoras: fundamentalismo religioso, antiglobalismo, rejeição da imigração de povos “exóticos” e agenda de costumes, de maneira geral (antiaborto, ideologia de gênero, minorias sexuais, etc.); essas ideias, ademais das próprias posturas e declarações do presidente Trump pautaram, e de certa forma moldaram, o comportamento e as posturas do seu colega brasileiro – chamado pelos jornalistas americanos de “Trump dos trópicos”– no enfrentamento (ou falta de, mais corretamente) da pandemia.

De outro lado, num contexto mais objetivo, uma visão, mesmo perfunctória, em escala comparativa internacional confirma os resultados nitidamente negativos registrados pelo governo Bolsonaro no enfrentamento do desafio da pandemia quando colocados no contexto mundial, sendo imediatamente visível o mau desempenho do governo federal ao se confrontarem os números de infectados e mortos (em proporção da população, não de modo absoluto) com países relativamente similares. Comparações internacionais, feitas em forma de gráficos, tabelas ou simples alinhamentos estatísticos, revelam a performance deplorável do governo de Bolsonaro, até meados de 2021, no tocante ao acúmulo de milhares de vítimas “excedentárias” (em relação ao número de habitantes), do que se observou ser o caso, quando verificados os mesmos indicadores em países cujos governantes empreenderam ações mais decisivas nessa área. Nesse sentido, Bolsonaro se distanciou, neste quesito, em relação à postura de outros dirigentes nacionais, mesmo declaradamente de direita, como ele pretende ser.

(...)


Ler a íntegra neste link: 


https://www.academia.edu/118079721/3948_O_Brasil_e_a_pandemia_da_covid_19_aspectos_internacionais_2021_



* Doutor em Ciências Sociais, mestre em planejamento econômico, diplomata de carreira; diretor de publicações e editor da Revista do Instituto Histórico e Geográfico e Geográfico do Distrito Federal; autor de numerosos trabalhos sobre relações econômicas internacionais, política externa e diplomacia do Brasil. E-mail. pralmeida@me.com.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

O PLANO REAL na PUC: debate com Rogério Werneck, André Lara Resende, Edmar Bacha, Francisco Lopes, Gustavo Franco, Pedro Malan, Persio Arida e Winston Fritsch

Imperdível!

O PLANO REAL na PUC

 https://www.youtube.com/watch?v=ofbOOGSoQbc

3.303 visualizações  22 de abr. de 2024  RIO DE JANEIRO


Meus livros em liquidação na Estante Virtual: até eu poderia comprar - Paulo Roberto de Almeida

Não sei se é tudo isso. Provavelmente tem homônimos ou parecidos. (PRA)

para Paulo Roberto de Almeida 


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Os mercenários das falsas publicações: Studies Publicações, tentando ganhar dinheiro de maneira desonesta

 Recebi, como sempre recebo, propostas de publicação de artigos meus, apresentados em simpósios, seminários e encontros científicos, CONTRA PAGAMENTOS, anunciando uma séria inteira de falsas revistas, um empreendimento COMERCIAL da mais baixa extração.

Cabe denunciar essas tentativas de intrusão financeira nas atividades acadêmicas, os novos mercenários das falsas publicações. Transcrevo abaixo o que acabo de receber deste endereço: 

contato3@studiespublicacoes.com.br 

Paulo Roberto de Almeida


Em nome da equipe editorial do portal Studies Publicações, gostaria de fazer um convite especial a você, autor(a) do notável artigo intitulado "PATENTES E AS LICENÇAS COMPULSÓRIAS: O DUALISMO ENTRE A PROTEÇÃO E A "LIBERAÇÃO"", apresentado durante o "V Simpósio Internacional de Pesquisa e XX Encontro de Iniciação Científica do CEUB". Parabenizamos você por sua contribuição significativa à pesquisa acadêmica em sua área de atuação.


Nós acreditamos no potencial do seu trabalho e no valor que ele pode agregar ao cenário acadêmico, e é por isso que gostaríamos de convidá-lo a considerar a submissão deste artigo em uma das nossas prestigiosas revistas, que abrangem diversas áreas:


- Revista Caderno Pedagógico (Qualis CAPES A2) [multidisciplinar] - Taxa de publicação R$ 990,00


- Revista Campo da História (Qualis CAPES B3) -  Taxa de publicação R$ 410,00


- International Contemporary Management Review (Qualis CAPES B4) -  Taxa de publicação R$ 380,00


- Revista Gestão e Conhecimento (Qualis CAPES C) -  Taxa de publicação R$ 375,00


- Studies in Education Sciences - Taxa de publicação R$ 290,00


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O prazo para avaliação e publicação dos artigos é de no máximo 15 dias. Ficamos ansiosos para saber para qual das nossas revistas você gostaria de submeter seu artigo. Por favor, indique sua preferência e nos informe durante o processo de submissão.


Para obter informações detalhadas sobre o processo de submissão e as diretrizes editoriais de cada revista, convidamos você a visitar nosso portal: https://www.studiespublicacoes.com.br/. Caso tenha alguma dúvida ou precise de assistência durante o processo de submissão, não hesite em entrar em contato conosco pelos seguintes meios:


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Agradecemos por considerar nosso convite e esperamos receber seu valioso trabalho em uma de nossas revistas em breve. Juntos, podemos continuar a promover a excelência acadêmica e a contribuir para o avanço do conhecimento em sua área de estudo.


Atenciosamente,


Equipe Editorial

Studies Publicações

2011, Chernobyl 25 years later: Many lessons learned - Mikhail Gorbachev (Bulletin of Atomic Scientists)

Gorbatchov, o mais injustiçado de todos os "comunistas soviéticos" dirigentes da finada URSS – o homem que, finalmente, conseguiu abrir uma brecha no regime tirânico do bolchevismo totalitário – escreveu um artigo sobre a catástrofe que "ajudou" a extinguir o regime ditatorial do seu país. Chernobyl revelou o caos que era, finalmente, a imensa aldeia Potemkim figurando como o poderoso Império soviético. Ele tentou reformar o sistema, torná-lo mais humano e racional – tarefas virtualmente impossíveis no sistema bolchevique – e acabou por fragmentar o regime soviético, levando-o à crise final e à implosão. A explosão da central nuclear no norte da Ucrânia representou uma estalido europeu e mundial, e ali começou a derrocada do comunismo. Gorbatchov até que tentou com a glasnost e a perestroika, mas foi derrotado pelos próprios comunistas do PCUS.

2011: Chernobyl 25 years later: Many lessons learned

By Mikhail Gorbachev

Bulletin of Atomic Scientists, December 7, 2020

Editor’s note: This article was originally published in the March/April 2011 issue of the Bulletin. It is republished here as part of our special issue commemorating the 75th year of Bulletin publication.

The catastrophic accident in 1986 at the Chernobyl nuclear power station in Ukraine was one of the worst man-made disasters of the twentieth century. Two and a half decades later, the nuclear accident offers many lessons for preventing, managing, and recovering from such a horrible event, as well as specific lessons for the further development of nuclear power.

I first heard of the Chernobyl nuclear reactor breakdown on the morning of April 26, when the Soviet Ministry of Medium Machine Building, responsible for nuclear reactors, reported it to the Kremlin. Though the seriousness of the incident remained unclear during our emergency Politburo meeting, a government commission headed by Boris Yevdokimovich Shcherbina, Deputy Chairman of the USSR Council of Ministers, was established and immediately dispatched to Chernobyl. This commission included scientists from the Soviet Academy of Sciences, nuclear reactor specialists, physicians, and radiologists. They met that evening with their counterparts from the Ukrainian Academy of Sciences.

Initial reports were cautious in tone, and only on the following day, April 27, did we learn that an explosion had taken place at the nuclear power station, at least two people had been killed, and radioactive material had been released downwind. International media, however, had already started to speak about a radioactive cloud. We received more concrete information on April 28 and started informing the Soviet public of the serious nature of the disaster, focusing on efforts to manage the very dangerous and worsening situation.

As efforts continued to contain the fire and radioactive releases, authorities began evacuating the local Soviet population. “The heart of the reactor—the hot radioactive core—is in suspension, as it were,” Soviet Academician Yevgeni Velikhov announced at the time. “It has been covered by a layer of sand, lead, boron, and clay, and this puts an additional load on the structure. Can it hold up or will it sink into the ground? No one has ever been in such a difficult position.”

Within about 10 days the reactor fire and major radioactive releases were contained, but by then nuclear fallout had spread over three regions of the Soviet Union—Ukraine, Belarus, and Russia—most of Europe, and beyond. Thanks to the bravery of thousands of emergency workers, the number of victims and the proliferation of serious consequences were limited. Much long-term damage, however, had been done. Some 50 workers died fighting the fire and reactor core meltdown, and another 4,000 or more deaths may eventually be shown to have resulted from radioactive releases. The radiation dosage at the power plant during the accident has been estimated at over 20,000 roentgens per hour, about 40 times the estimated lethal dosage, and the World Health Organization identified 237 workers with Acute Radiation Sickness.

Over 135,000 people were evacuated from the area, including the nearest town of Pripyat, immediately following the accident, and another 200,000 over the following months. The extent of the nuclear fallout was illustrated by the fact that, within only a few hours after the accident began on April 26, radiation alarms sounded at the Forsmark Nuclear Power Plant in Sweden, over 700 miles from Chernobyl. Today we know that about 77,000 square miles of territory in Europe and the former Soviet Union has been contaminated with radioactive fallout, leaving long-term challenges for flora, fauna, water, the environment, and human health. Tens of billions of dollars have already been spent in trying to contain and remediate the disaster, with a new containment shell now being constructed over the 1986 sarcophagus and what’s left of the reactor.

We must continue to seriously examine the long-term public health and environmental consequences of the accident to better understand the relationship between radiation, both low- and high-level, and human life. The twenty-fifth anniversary of the Chernobyl accident is an important historic milestone to remind ourselves of this solemn duty. Furthermore, it is also the perfect time to address four key and related issues:

Prevention

First of all, it is vitally important to prevent any possibility of a repetition of the Chernobyl accident. This was a horrendous disaster because of the direct human cost, the large tracts of land poisoned, the scale of population displacement, the great loss of livelihoods, and the long-term trauma suffered by individuals yanked from their homeland and heritage. Victims of the tragedy were confronted by a crisis which they could scarcely understand and against which they had no defense. The material damage inflicted by Chernobyl, although enormous, pales in significance when compared to the ongoing human costs. The true scope of the tragedy still remains beyond comprehension and is a shocking reminder of the reality of the nuclear threat. It is also a striking symbol of modern technological risk.

Renewable energy

While the old Soviet nuclear reactor model, which was without a safety containment shell and helped cause the Chernobyl disaster, is no longer in production, we must still be extremely careful when constructing and operating nuclear power plants around the globe today. Chernobyl is a warning sign. In the worst of cases, a nuclear reactor accident may devastate huge territories where little if any human life can exist.

Access to affordable and safe energy is vital for economic development and poverty eradication. We cannot therefore simply reject nuclear energy today with many countries hugely dependent on this energy resource. But it is necessary to realize that nuclear power is not a panacea, as some observers allege, for energy sufficiency or climate change. Its cost-effectiveness is also exaggerated, as its real cost does not account for many hidden expenses. In the United States, for example, direct subsidies to nuclear energy amounted to $115 billion between 1947 and 1999, with an additional $145 billion in indirect subsidies. In contrast, subsidies to wind and solar energy combined over this same period totaled only $5.5 billion.

To end the vicious cycle of “poverty versus safe environment,” the world must quickly transition to efficient, safe, and renewable energy, which will bring enormous economic, social, and environmental benefits. As the global population continues to expand, and the demand for energy production grows, we must invest in alternative and more sustainable sources of energy—wind, solar, geothermal, hydro—and widespread conservation and energy efficiency initiatives as safer, more efficient, and more affordable avenues for meeting both energy demands and conserving our fragile planet.

Transparency

The closed nature and secrecy of the nuclear power industry, which had already experienced some 150 significant radiation leaks at nuclear power stations throughout the world before the Chernobyl fire, greatly contributed to the accident and response difficulties. We need full transparency and public oversight and regulation of the nuclear power industry today, along with complete emergency preparedness and response mechanisms.

Vulnerability to terrorism and violence

I also remain concerned over the dangers of terrorist attacks on power reactors and terrorist groups’ acquisition of fissile material. After the heavy damage wrought by terrorist groups in New York, Moscow, Madrid, Tokyo, Bali, and elsewhere over the past 15 years, we must very carefully consider the vulnerability of reactor fuel, spent fuel pools, dry storage casks, and related fissile materials and facilities to sabotage, attack, and theft. While the Chernobyl disaster was accidental, caused by faulty technology and human error, today’s disaster could very well be intentional.

We especially must pay attention to keeping weapons and materials of mass destruction—in this case, nuclear weapons-grade materials such as high-enriched uranium and plutonium—out of the hands of terrorists and rogue nations. US President Barack Obama’s historic initiative to secure and eliminate all bomb-grade nuclear material in four years is an important step forward in improving global security, but we must not forget that these fissile materials are often used in nuclear power and research reactors.

Let us all remember Chernobyl, not only for its negative impact on Ukraine, Belarus, Russia, and Europe, but also as a beacon of hope for a safer and more sustainable future.