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domingo, 6 de agosto de 2017

A Ordem do Progresso (17, final): resenha de Marcelo de P. Abreu, por Gladson Miranda

Continuidade da transcrição da resenha de Gladson Miranda, desde as postagens anteriores:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-16-resenha-de.html
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Abreu, Marcelo de Paiva (org.):

A Ordem do Progresso: dois séculos de política econômica no Brasil

2. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014, ISBN 978-85-352-7859-0
íntegra da resenha 
(...)


CAPÍTULO 17 - ALTERNÂNCIA POLÍTICA, REDISTRIBUIÇÃO E CRESCIMENTO, 2003-2010

Rogério L. F. Werneck
Inevitavelmente o início do governo de Lula estaria cercado de incertezas econômicas, mas não duraram muito, pois já em 2004 as políticas do novo presidente começaram a ter efeitos positivos para o país. (pg. 357)

Tensões da metamorfose

O governo Lula teve de mudar seus discursos relacionados a economia para poder manter a continuidade do governo anterior, demonstrando-se muito traumático para o PT. “Logo após a vitória de Lula no segundo turno das eleições, previa-se que, sem uma imediata definição dos nomes responsáveis pela condução da política econômica do novo governo, seria muito difícil manter os mercados financeiros sob relativo controle”. (pg. 360)
O PT tinha uma enorme oportunidade em aproveitar a situação para manter a política econômica, fazendo com que a situação do país continuasse a melhorar. Isso levaria o partido a ter de mudar seu discurso, o que foi difícil de ser realizado, mas Lula ganhou confiança e manteve a política econômica, trazendo enormes benefícios. (pg. 361-362)

Colheita rápida

“A reconstrução da confiança foi facilitada pela rápida melhora da balança comercial, na esteira da prolongada depreciação cambial e do aumento da demanda mundial pelas exportações brasileiras. Contas externas mais sólidas e rápida redução da incerteza logo deram lugar a vigorosa apreciação cambial e forte queda nos indicadores de risco-país ao longo do primeiro semestre de 2003”. (pg. 363)

A crise do mensalão e seus desdobramentos

Os anos estavam passando com o aumento da confiança no presidente Lula, até que em 2005 eclodiu uma crise interna, a qual foi denominada como a crise do mensalão. (pg. 364)
O partido veio se desestruturando, com inúmeras renúncias de cargos importantes, como Casa Civil, Ministério da Fazenda, entre outros. “A crise política não havia imposto nenhuma baixa importante na equipe econômica. Mas a cúpula do governo e o comando do partido haviam passado por grandes mudanças”. (pg. 365)

De Palocci a Mantega

A crise obrigou o governo a modificar seu discurso com relação à política econômica. “A ideia era assegurar que a expansão do gasto público passasse a se dar a uma taxa inferior à taxa de crescimento do PIB”. (pg. 366)
A crise foi tamanha que em 2006 Palocci se demitiu do Ministério da Fazenda e Guido Mantega assumiu seu lugar, este fato foi o marco na mudança do discurso do governo no tocante à economia. (pg. 367)

Redistribuição de renda

“A reeleição do presidente Lula não se deveu apenas ao crescimento relativamente rápido da economia a partir de 2004. Boa parte do seu bom desempenho eleitoral, no final de 2006, pode ser atribuído ao sucesso das políticas de redistribuição de renda que haviam sido adotadas no primeiro mandato”. (pg. 369)
O programa do PT sempre foi baseado em políticas distributivas, o Fome Zero abriu portas para o Bolsa Família, que teve seu alcance expandido rapidamente. “O número de famílias beneficiadas saltou de 3,6 milhões, em 2003, para 11 milhões, em 2006, e chegou a 12,8 milhões, em 2010, ao final do segundo mandato do Presidente Lula”. (pg. 369)

Opção por uma estratégia desenvolvimentista, intensiva em recursos fiscais

“Diante de um amplo leque de arranjos possíveis, o governo, recorrentemente, revelava, nas escolhas feitas nas mais diversas áreas, forte preferência por soluções intensivas em recursos públicos, em que caberia ao Estado a responsabilidade por boa parte do investimento ou pela provisão de parcela substancial do financiamento que se fizesse necessário”. (pg. 372)

A crise mundial como pretexto

Desde a metade de 2007 o crédito hipotecário norte-americano demonstrava-se preocupante, uma bolha imobiliária estava prestes a explodir. A crise foi se intensificando no ano de 2008 e acabou por estourar no ano de 2009. (pg. 373)
“Em termos de redução do crescimento econômico, o Brasil acabou sendo menos afetado que muitos outros países. O impacto não chegou a ser tão reduzido como a simples “marolinha” que, de início, havia sido antevista pelo Presidente Lula. Mas tampouco foi tão devastador e duradouro como se temia”. (pg. 374)
A crise levou o governo a se aproveitar da mesma para mudar algumas políticas econômicas, usando como pretexto para o Estado influir na economia do país e até mesmo lançar a candidatura da potencial presidente, Dilma Rousseff, no início de 2009. (pg. 375-376)

Gran finale em meio à deterioração do regime fiscal

“As mudanças no regime fiscal ensejadas pela crise deram lugar a rápida deterioração das contas públicas, vertiginosa expansão do crédito estatal, bancada por emissão de dívida pelo Tesouro, e montagem de dispendiosa bateria de programas “pró-negócios”, em Brasília e no Rio de Janeiro, movidos a dinheiro público e envolvendo farta distribuição de favores do Estado”. (pg. 376)
Almejando a restauração do desenvolvimento do país, o governo procurou estabelecer uma estratégia de crescimento intensivo de recursos fiscais, “descolada da dura realidade das contas públicas e pautada por prioridades de investimento equivocadas”. (pg. 379)
Apesar dos problemas ocorridos durante os dois mandatos do governo Lula, a economia cresceu de maneira significativa, o PIB teve índice de 4% de crescimento, bem mais, por exemplo, do que o governo anterior, que foi de 2,3%. (pg. 380)
“O que se anunciou no início de 2011 é que a economia passaria a manter uma expansão “mais moderada” da ordem de 5% ou 6% ao ano. Esse anúncio bem ilustra o descompasso entre as expectativas do novo governo sobre a manutenção do dinamismo da economia e a difícil realidade com que afinal teve de lidar. Na verdade, a taxa média anual de crescimento do PIB nos primeiros três anos do mandato da Presidente Dilma Rousseff mal chegou a 2%. O que não impediu que a taxa oficial de inflação alcançasse a marca de 6,5% em 2011, e se mantivesse pouco abaixo de 6% nos dois anos seguintes”. (pg. 380)
Entusiasta com a ideia desenvolvimentista do governo Lula, Dilma manteve as políticas de expansão. “Levaria algum tempo para que, afinal, se convencesse de que a economia estava restrita pela expansão da oferta, com sérios problemas de escassez de mão de obra, crescimento lento de produtividade, deficiências de infraestrutura, insuficiência generalizada de investimentos, baixa competividade externa e carga tributária excessiva”. (pg. 381)
 
FINAL da resenha-resumo

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