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terça-feira, 23 de outubro de 2018

Brasil: indice mediocre de competitividade - Forum de Davos

Brasil assume lanterna dos BRICS em índice de competitividade global

Publicado anualmente pelo Fórum Econômico Mundial, o chamado "Relatório Global de Competitividade" trouxe o Brasil três posições abaixo no comparativo com o ano passado. Ranking apresenta China em 28º, Rússia em 43º, Índia em 58º e África do Sul em 67º lugar. Brasil é apenas o 72º na lista liderada por Estados Unidos, Cingapura, Alemanha e Suíça.

Agência (russa) Sputniks, 23/102018

documento analisa 140 nações e pondera fatores como instituições, infraestrutura, estabilidade macroeconômica, saúde, qualificação profissional, capital humano, dinamismo em ambiente de negócios e inovação. A lanterna geral é ocupada pelo Chade, Iêmen e Haiti, três países que passaram ou passam por conflitos bélicos recentemente.
Para o economista e professor da Fundação Dom Cabral, Gilberto Braga, se levados em consideração os indicadores ponderados pelo levantamento, a colocação do Brasil é justa. O especialista avalia que "burocracia administrativa elevada e a carga tributária alta" são os principais fatores que impedem o país de subir no ranking.
"Quando comparado com países desenvolvidos e os BRICS, o Brasil é aquele que é mais difere. Tem mais burocracia e não possui marco jurídico e regulatório fixo. Aqui se modificam as regras em uma velocidade muito grande, o empreendedor quando abre um negócio, ás vezes antes de começar funcionar vê que a regra já mudou. Não se trata de capacidade ou criatividade, mas de má condição para se fazer negócios quando comparado com outras nações", critica.
Braga aponta que o Brasil usa de 7 a 8 vezes mais funcionários em comparação com a Inglaterra apenas para atender a funções administrativas e governamentais. "No Brasil uma empresa costuma ocupar de 35 a 40% dos seus funcionários administrativos dedicados a trabalhos governamentais como preenchimento de guias, montam arquivos, transmitem informações para órgãos regulares, autoridades tributárias e governamentais", pontua.
Além de trâmites legais complicados, somam-se, na visão do economista, fatores de cunho social como a "má educação [da população], a violência urbana e a corrupção".
"Tudo isso faz com que o o investidor, sobretudo o estrangeiro, quando vai direcionar os empreendimentos para determinado país pondere esses fatores. Muitas vezes [o investimento] poderia ser no Brasil, por conta das nossas tradições e potencialidades, e acaba sendo dirigido para outra nação", diz.
No recorte dos BRICS, o ranking traz a China em 28º, Rússia em 43º, Índia em 58º e África do Sul em 67º lugar. O Brasil é apenas o 72º na lista liderada por Estados Unidos, Cingapura e Alemanha.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Como a India se tornou mais competitiva do que a China: Global Competitiveness Report (WEF)

Here’s how India became more competitive than China

Image: REUTERS/Jitendra Prakash
Attilio Di Battista, Economist, World Economic Forum

India’s GDP per capita (in terms of purchasing power parity) almost doubled between 2007 and 2016, from $3,587 to $6,599. Growth slowed after the 2008 crisis, hitting a decade low in 2012–2013. But if anything, this provided the country with the opportunity to rethink its policies and engage more firmly in the reforms necessary to improve its competitiveness. Growth rebounded in 2014, and last year surpassed that of China.
India’s overall competitiveness score was rather stagnant between 2007 and 2014, and the country slipped down the rankings in the Global Competitiveness Report as others made improvements. However, improvements since 2014 have seen it climb to 39th in this year’s edition of the report — up from 48th in 2007–2008. Its overall score improved by 0.19 points in that time.
What makes India so competitive?
Improvements in health, primary education and infrastructure contributed most to this improvement — although this is partly explained by the relatively large weight these “basic requirements” components have until now been given in factor-driven economies, each accounting for 15% of the final score.
On health and basic education, India almost halved its rate of infant mortality (from 62 to 37.9 per 1,000), increased life expectancy (from 62 to 68) and primary education enrolment (from 88.8% to 93.1%).
Improvements in infrastructure were small and faltering until 2014, when the government increased public investment and accelerated approval procedures to attract private resources. Macroeconomic conditions — the third-biggest positive contributor — followed a similar path: the recent slump in commodity prices has helped India to keep inflation below its target of 5%, while rebalancing its current account and decreasing its public deficit.
Another improvement over the past decade has been increased market size (the adoption of new PPP estimates by the IMF in 2014 also contributed to the upward increase in the measure of market size used in the GCI). Institutions deteriorated until 2014, as mounting scandals and seemingly unmanageable inefficiencies caused businesses to lose trust in the public administration — but this trend was also reversed after 2014, and the institutions score has returned to its 2007 level.
Have you read?
In other areas, India has not yet recovered to 2007 levels, with the biggest shortfall coming in financial market development — this pillar taking 0.03 points off India’s 2016 score in comparison to 2007 (a reduced pillar score of 0.52 points, multiplied by a pillar weight of 6%). The Reserve Bank of India has helped increase financial market transparency, shedding light on the large amounts of non-performing loans previously not reported on the balance sheets of Indian banks. However, the banks have not yet found a way to sell these assets, and in some cases need large recapitalizations.
The efficiency of the goods market has also deteriorated, as India failed to address long-running problems such as different local sales and value added taxes (this is set to finally change as of 2017 if the Central GST and Integrated GST bills currently in parliament are fully implemented). Another area of concern is India’s stagnating performance in technological readiness, a pillar on which it scores one full point lower than any other. These three pillars will be key for India to prosper in its next stage of development, when it will no longer be possible to base its competitiveness on low-cost, abundant labour. Higher education and training has also shown no improvement.
What areas should India prioritize today? India has made significant progress on infrastructure, one of the pillars where it ranked worst. As the country closes the infrastructure gap, new priorities emerge. The country’s biggest relative weakness today is in technological readiness, where initiatives such as Digital India could lead to significant improvements in the next years. India outperforms countries in the same stage of development, mostly those in sub-Saharan Africa, in all pillars except labor market efficiency.
Even on indicators where India has made progress, comparisons with other countries can be sobering: although life expectancy has increased, for example, it is still low by global standards, with India ranking only 106th in the world; and while India almost halved infant mortality, other countries did even better, so it drops nine places this year to 115th. Huge challenges still lie ahead on India’s path to prosperity.
The Global Competitiveness Report 2016–2017 is available here. You can explore the results of the report using the heatmap below.

Originally published at www.weforum.org.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Economia brasileira (3): ops! 2.0: mais uma ma' noticia...


Entre a crise e a ineficiência

Rolf Kuntz - O Estado de S.Paulo, 05 de setembro de 2012
Mais uma vez o governo atribuiu aos fados, isto é, à crise internacional, o mau desempenho do Brasil no comércio exterior. No mês passado o País faturou com a exportação apenas US$ 22,4 bilhões, valor 14,4% menor que o de um ano antes. Em oito meses, a receita comercial ficou 4,8% abaixo da obtida entre janeiro e agosto do ano passado. Nesse período, o gasto com a importação recuou apenas 0,7%, pela média dos dias úteis. Ou seja, a crise externa afetou mais as vendas do que as compras do Brasil. Os deuses devem estar prejudicando mais o Brasil do que os concorrentes. O efeito da retração global é inegável, até pelo menor dinamismo da China, mas essa explicação conta apenas uma parte da história. Outra parte, provavelmente muito mais importante, aparece num documento divulgado um dia depois da balança comercial brasileira. Embora tenha avançado cinco posições, o Brasil ficou em 48.º lugar, entre 144 países, no Índice de Competitividade Global 2012-2013 do Fórum Econômico Mundial. Os principais entraves estão relacionados a instituições, ao seu funcionamento e a outros fatores vinculados à ação do governo, como a infraestrutura e a instrução. Fica mais difícil culpar os deuses, quando se examina o dia a dia de quem precisa de 13 procedimentos e 119 dias para iniciar a exploração de um negócio ou recebe a educação primária brasileira, classificada em 126.º lugar pelo critério de qualidade.
A maior parte da América Latina continua mal colocada na lista do Fórum Econômico Mundial. O Chile, na 33.ª posição, e o Panamá, na 40.ª, aparecem à frente do Brasil. A Argentina passou do 86.º para o 94.º lugar, principalmente por causa da piora das condições macroeconômicas (inflação alta e contas públicas em mau estado), das condições institucionais e do mau funcionamento dos mercados de bens e de mão de obra - óbvias consequências da contínua tentativa do governo de controlar preços, falsificar índices e intervir nos negócios. Nenhuma surpresa, portanto. A degradação do Mercosul reflete a devastação causada pelo governo na capacidade da indústria argentina de produzir e de competir. Poderia ser surpreendente a inclinação do governo brasileiro para imitar o vizinho, apelando para a centralização e para o protecionismo, mas nem isso parece estranho, depois de um ano e meio de mandato da presidente Dilma Rousseff.
Os autores do relatório atribuem o avanço do Brasil para o 48.º lugar a uma "relativa melhora nas condições macroeconômicas" e ao maior uso da tecnologia de informação e de comunicação (54.º posto). O País continua beneficiado, na avaliação dos pesquisadores, pela "sofisticação da comunidade empresarial" (33.ª posição) e pelo tamanho do mercado interno (7.º posto). Mas a capacidade brasileira de competir continua emperrada por fatores citados em várias edições do estudo.
Os pesquisadores destacam no texto a escassa confiança nos políticos (121.º lugar), a baixa eficiência do governo (111.º), o desperdício no gasto público (135.º), a má infraestrutura de transporte (79.º) e a lamentável qualidade da educação (116.º), além das dificuldades para abrir um negócio e das distorções causadas pela tributação (144.º).
Os fatores positivos e negativos são apresentados em duas páginas de tabelas detalhadas e gráficos. A análise e a classificação refletem dados estatísticos (números da produção e do mercado, carga tributária e contas fiscais, por exemplo) e avaliações coletadas entre executivos e especialistas. A relação dos "fatores mais problemáticos" para os negócios é ordenada de acordo com as preocupações indicadas pelos entrevistados. Nos cinco primeiros lugares aparecem os regulamentos tributários, a oferta inadequada de infraestrutura, as alíquotas dos impostos, a burocracia governamental e as normas trabalhistas, apontadas como restritivas. O acesso ao financiamento é citado em 8.º lugar, logo depois da corrupção (7.º) e da educação ruim da força de trabalho (6.º).
Antes da crise de 2008 os exportadores brasileiros já perdiam espaço no mercado internacional. Os entraves tornaram-se mais importantes nos anos seguintes, mas o governo preferiu atribuir as dificuldades ao desajuste cambial causado pela expansão monetária no mundo rico. O câmbio tem sido, em 2012, muito mais favorável que nos anos anteriores, mas a produção industrial diminuiu, apesar do crescimento do consumo.
A inundação de dólares foi interrompida, mas a de produtos estrangeiros continua. A exportação do agronegócio, no entanto, cresceu neste ano e produziu até julho um superávit de US$ 44,5 bilhões, apesar da crise global e dos entraves internos. Há, no setor, um excedente de competitividade - por enquanto. Alguma autoridade poderá, num momento de iluminação, inventar mais algum imposto sobre a exportação de alimentos e matérias-primas. Alguns economistas geniais já têm defendido essa ideia devastadora.
* JORNALISTA

Economia brasileira (1): ufa!, uma boa notícia...


WORLD ECONOMIC FORUM
THE GLOBAL COMPETITIVENESS REPORT 2012 - 2013
WEF, 05/09/2012

BRASIL SOBE 5 POSIÇÕES EM RANKING DE COMPETITIVIDADE GLOBAL
PAÍS FICOU NA 48ª POSIÇÃO, APÓS TER SUBIDO OUTROS 5 POSTOS EM 2011
SUÍÇA LIDERA RANKING HÁ 4 ANOS
EUA PERDEM POSIÇÃO PELO 4º ANO SEGUIDO

O Brasil repetiu o crescimento do ano passado e voltou a subir cinco posições no ranking de competividade global neste ano, para o 48º lugar, divulgado nesta quarta-feira (5) pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês). Apesar do crescimento, o país segue atrás de países como a China, no 29º, Chile, no 33º e Panamá, no 40º. A Suíça lidera a lista pelo quarto ano consecutivo, aponta o Relatório Global de Competitividade, que no Brasil é feito em parceria com o Movimento Brasil Competitivo e a Fundação Dom Cabral. Cingapura permaneceu em segundo lugar e a Finlândia subiu para a terceira posição, ultrapassando a Suécia, que ficou em quarto. A Holanda subiu da 7ª para a 5ª posição das economias mais competitivas. Entre o grupo países emergentes, o Brics, a China aparece em primeiro lugar no ranking, na 29ª posição, apesar de ter recuado três postos, seguida do Brasil. A África do Sul aparece na 52ª posição, a Índia, na 59ª, e a Rússia, na 67ª. Entre os Brics, apenas o Brasil subiu de posição neste ano, segundo o estudo. Na América Latina, o Chile (33º) mantém a liderança. Entre demais países que também registraram melhoria na sua competitividade estão Panamá (40º), o México (53º) e o Peru (61º).

CRISE NA EUROPA 
Apesar de a Suíça e os países do norte europeu consolidarem seu forte posicionamento competitivo desde a crise financeira de 2008, países do sul da Europa, como Portugal (49ª posição), Espanha (36ª posição), Itália (42ª posição) e principalmente a Grécia (96ª posição), continuam a sofrer com a fragilidade competitiva em termos de desequilíbrios macroeconômicos, pouco acesso a financiamentos, mercados de trabalho rígidos e um déficit de inovações.

ESTADOS UNIDOS
Os Estados Unidos perderam posição pelo quarto ano, caindo do 5º para o 7º lugar no ranking. Além do aumento das vulnerabilidades macroeconômicas, aspectos do ambiente institucional do país continuam aumentando a preocupação entre os líderes empresariais, particularmente a pouca confiança pública nos políticos e uma perceptível falta de eficiência do governo. Por outro lado, o país continua sendo uma potência global em termos de inovação e seus mercados funcionam de forma eficiente.

ÁSIA E ÁFRICA
Economias asiáticas apresentam forte desempenho entre as 20 primeiras posições: Cingapura (2ª), Hong Kong (9ª), Japão (10ª), Taiwan (13ª), China (29ª) e Coreia (19ª). No Oriente Médio e no norte da África, o Qatar (11ª) é líder na região, enquanto a Arábia Saudita continua entre os 20 primeiros colocados (18ª).  Na África Subsaariana, a África do Sul (52ª) e as Ilhas Maurício (54ª) aparecem na metade superior da classificação.

METODOLOGIA DO RANKING
O ranking do Relatório Global de Competitividade é baseado no Índice de Competitividade Global (GCI, em inglês), desenvolvido para o Fórum Econômico Mundial e introduzido em 2004, diz o WEF. O modelo engloba 12 categorias consideradas os pilares da competitividade. Juntas, elas oferecem uma ampla descrição da paisagem competitiva de um país. Os pilares são: instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico, saúde e educação primária, educação superior e capacitação, eficiência no mercado de bens, eficiência no mercado de trabalho, desenvolvimento do mercado financeiro, prontidão tecnológica, tamanho de mercado, sofisticação de negócios e inovação. Para o relatório deste ano, mais de 14 mil líderes empresariais de todo o mundo foram entrevistados, em 144 países, um recorde.


DOCUMENTO: http://www.weforum.org/issues/global-competitiveness


1 - Suíça
2 - Cingapura
3 - Finlândia
4 - Suécia
5 - Holanda
6 - Alemanha
7 - Estados Unidos
8 - Reino Unido
9 - Hong Kong
10 - Japão
...
48 – Brasil
(essa posição é uma boa notícia?)