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terça-feira, 15 de agosto de 2017

As personalidades mais relevantes do seculo XX - Paulo Roberto de Almeida

Quais foram as personalidades mais relevantes, para o bem e para o mal, no decorrer do século XX?
Minha lista inclui: Marx, Freud, Einstein, Stalin, Hitler, Mao, Churchill, Roosevelt, Mises, Hayek, Friedman, Reagan, Thatcher, Aron, Rio Branco, Vargas, Oswaldo Aranha e Roberto Campos. 
Existem muitos outros, eu sei, no mundo (o papa João Paulo II, por exemplo) e no Brasil (San Tiago Dantas), mas qualquer lista é sempre redutora...
Paulo Roberto de Almeida 
 

Paulo Roberto de Almeida

As personalidades mais relevantes no século XX, aquelas que provocaram o maior impacto político, intelectual, econômico e social na vida de milhões de habitantes do planeta, foram todas nascidas no século XIX, com poucas exceções. Minha lista, a seguir, é puramente indicativa, com mini-caracterizações a cada vez, mas sem maiores análises de conteúdo.
Três grandes pensadores mudaram nossa maneira de pensar o mundo: Karl Marx, Sigmund Freud e Albert Einstein. O primeiro morreu no próprio século XIX, mas seu maior impacto se deu no século XX, por meio de discípulos não exatamente filósofos sociais, como ele, mas revolucionários que conseguiram atrasar a economia de mercado, destruir países inteiros, e serem direta e indiretamente responsáveis pela morte de milhões de vítimas inocentes, a maior parte civis comuns. Freud tentou criar uma teoria científica do inconsciente: de certa forma conseguiu, mas seus discípulos bem menos dotados fizeram uma confusão tremenda na psicanálise, que hoje se divide entre freudianos ortodoxos e diversas outras correntes analíticas, desde os junguianos sensatos até os lacanianos indecifráveis. Einstein revolucionou as bases da física e da cosmologia, corrigindo Newton e abrindo novos caminhos para a pesquisa do universo.
O maior estadista do século XX era um imperialista decidido, Winston Churchill, que defendeu o império britânico até sua erosão inevitável, mas foi o homem que resistiu aos maiores tiranos do século XX, com destaque para Hitler. Foi ele quem alertou, desde o início, para os perigos do bolchevismo, sem sucesso porém, e para a ameaça terrível do hitlerismo, não apenas para o seu próprio país, mas para toda a humanidade, e isso desde o início, tendo ficado isolado durante muitos anos, até ser chamado na hora mais decisiva para a Grã-Bretanha, para a Europa e para o mundo. Ele não teria conseguido salvar o mundo de Hitler, contudo, se não fosse por Franklin Delano Roosevelt, um dos grandes (e poucos) estadistas dos Estados Unidos, um país geralmente fechado sobre si mesmo, mas que salvou a humanidade dos piores tiranos em diversas ocasiões (depois de terem tentado todas as outras vias, como ironizou o próprio Churchill). Estes dois são os homens que asseguraram a sobrevivência da civilização durante suas horas mais sombrias. Se Roosevelt não tivesse vindo em socorro do Reino Unido, este teria provavelmente soçobrado ante Hitler, mas isso devemos a Churchill, pois a tendência americana ainda era isolacionista até 1941, e Roosevelt teria grandes dificuldades em envolver o seu país na guerra, se não fosse pelo ataque japonês a Pearl Harbor, e a declaração de guerra da Alemanha nazista.
Do lado do mal, podemos igualmente alinhar três personalidades nascidas no século XIX: Adolf Hitler, Joseph Stalin e Mao Tsé-tung, tiranos absolutos, homens que trouxeram morte e destruição para os seus próprios povos e as infligiram a outros também, direta ou indiretamente. Stalin, na sequência de Lênin, um gênio em política, mas um ignaro em economia, foi o homem que mais matou comunista, além de cidadãos comuns, do seu próprio país. Hitler foi tirano absoluto, um demente político, um psicopata com imenso poder de sedução sobre um povo humilhado por Versalhes e por seus próprios erros políticos e econômicos: foi o que mais produziu destruições materiais, escravização de povos inteiros e o genocídio deliberado de milhões de inocentes, por razões puramente ideológicas e raciais. Mao foi outro tirano com a mesma obsessão pelo poder absoluto, que matou milhões de inocentes, direta e indiretamente, do seu próprio povo. Os três juntos devem ter eliminado mais de cem milhões de pessoas, entre militares, militantes e civis inocentes.
Entre outras personalidades impactantes não é possível esquecer John Maynard Keynes, o economista mais influente do século, embora não o de maior eficácia nas suas recomendações. Era um liberal, que por força das crises do entre-guerras, propôs a intervenção dos governos nos ciclos econômicos, para vencer, segundo ele, as fases depressivas. Ao inverter a famosa “lei de Say” – que afirmava que a oferta cria a sua própria demanda – ele conseguiu legitimar políticos que sempre acreditaram que o estímulo à demanda é capaz de impulsionar a economia. Deu no que deu, aliás até hoje, inclusive registrando-se os desastres dos “keynesianos de botequim”, que infelizmente conhecemos muito bem, pelos desastres provocados em nosso próprio país.
Do lado do “bem econômico”, infelizmente com menor sucesso relativo nas definições de políticas econômicas, temos dois outros nomes do século XIX: Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, dois liberais que tentaram alertar sobre os perigos das economias coletivistas, fascistas ou socialistas, mas que não foram ouvidos, e não foram seguidos na maior parte do século XX na maior parte dos países. O renascimento (muito parcial) do liberalismo, no pós-guerra deve-se, em grande medida a um economista, já nascido no século XX, Milton Friedman, que como muitos outros (penso, por exemplo, em Raymond Aron, na França), se esforçou para corrigir os equívocos keynesianos que os políticos insistiam em cometer. Não tiveram muito sucesso até que líderes políticos mais ou menos identificados com essas ideias – mas provavelmente mais influenciados pela situação de crise econômica vivida em seus países – começaram a inverter os claros exageros do keynesianismo aplicado: Margaret Thatcher, no Reino Unido, e Ronald Reagan, nos EUA, foram esses políticos que permitiram um breve e, como disse parcial, renascimento do liberalismo clássico, erroneamente etiquetado pelos intervencionistas e estatizantes como sendo um “neoliberalismo” (embora Friedman usasse esse nome desde 1952).
E no Brasil, quem poderia ser incorporado a essas personalidades do século XIX que impactaram decisivamente o país no decorrer do século XX? Sem dúvida alguma, e em primeiro lugar, o Barão do Rio Branco, o homem que “fechou” a cartografia nacional, consolidando as fronteiras territoriais e inaugurando a moderna diplomacia profissional, que antes (e depois) estava entregue a políticos improvisados em formuladores e executores da política externa. Depois dele, Getúlio Vargas, para o bem e para o mal, por ter construído o Brasil moderno – mas, segundo o poeta Mário de Andrade, o progresso também é uma fatalidade – e por ter feito do agente principal desse país moderno um Estado omnipresente e todo poderoso, que terminou por sufocar a economia e a própria sociedade. A outra personalidade nascida no século XIX e que poderia ter feito do Brasil do século XX um outro país – mas que infelizmente não teve a oportunidade maior – foi Oswaldo Aranha, um “nepote” de Vargas, com perfil de estadista que, se tivesse ascendido à presidência teria feito um país diferente daquele patrocinado por Vargas.
Um outro brasileiro, nascido no século XX, foi uma espécie de Raymond Aron brasileiro, Roberto Campos, no sentido em que ambos tiveram razão muito cedo para serem suficientemente convincentes no contexto de suas próprias sociedades. Na França da segunda metade do século XX, se dizia que era melhor estar errado com Jean-Paul Sartre do que ter razão com Raymond Aron (c’est mieux d’avoir tort avec Sartre que d’avoir raison avec Aron). No Brasil, Campos, chamado de Bob Fields pelos seus inimigos e até pelos nacionalistas rastaqueras que pululam até hoje no país (e agora no Estado), era desprezado inclusive na sua Casa profissional, onde a maioria, já dominada pelo cepalianismo ambiente, o considerava um entreguista, como aliás grande parte dos políticos e dos economistas em funções. Estes, para mim, foram as grandes personalidades do século XX, a maior parte nascida no século XIX.  Num próximo artigo falarei dos “derrotados” brasileiros nos séculos XIX e XX. Até lá.

Brasília,  25 de janeiro de 2016, 3 p.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Grandes personalidades do seculo XX (para o bem e para o mal) - Paulo Roberto de Almeida



Paulo Roberto de Almeida

As personalidades mais relevantes no século XX, aquelas que provocaram o maior impacto político, intelectual, econômico e social na vida de milhões de habitantes do planeta, foram todas nascidas no século XIX. Minha lista, a seguir, é puramente indicativa, com mini-caracterizações a cada vez, mas sem maiores análises de conteúdo.
Três grandes pensadores mudaram nossa maneira de pensar o mundo: Karl Marx, Sigmund Freud e Albert Einstein. O primeiro morreu no próprio século XIX, mas seu maior impacto se deu no século XX, por meio de discípulos não exatamente filósofos sociais, como ele, mas revolucionários que conseguiram atrasar a economia de mercado, destruir países inteiros, e serem direta e indiretamente responsáveis pela morte de milhões de vítimas inocentes, a maior parte civis comuns. Freud tentou criar uma teoria científica do inconsciente: de certa forma conseguiu, mas seus discípulos bem menos dotados fizeram uma confusão tremenda na psicanálise, que hoje se divide entre freudianos ortodoxos e diversas outras correntes analíticas, desde os junguianos sensatos até os lacanianos indecifráveis. Einstein revolucionou as bases da física e da cosmologia, corrigindo Newton e abrindo novos caminhos para a pesquisa do universo.
O maior estadista do século XX era um imperialista decidido, Winston Churchill, que defendeu o império britânico até sua erosão inevitável, mas foi o homem que resistiu aos maiores tiranos do século XX, com destaque para Hitler. Foi ele quem alertou, desde o início, para os perigos do bolchevismo, sem sucesso porém, e para a ameaça terrível do hitlerismo, não apenas para o seu próprio país, mas para toda a humanidade, e isso desde o início, tendo ficado isolado durante muitos anos, até ser chamado na hora mais decisiva para a Grã-Bretanha, para a Europa e para o mundo. Ele não teria conseguido salvar o mundo de Hitler, contudo, se não fosse por Franklin Delano Roosevelt, um dos grandes (e poucos) estadistas dos Estados Unidos, um país geralmente fechado sobre si mesmo, mas que salvou a humanidade dos piores tiranos em diversas ocasiões (depois de terem tentado todas as outras vias, como ironizou o próprio Churchill). Estes dois são os homens que asseguraram a sobrevivência da civilização durante suas horas mais sombrias. Se Roosevelt não tivesse vindo em socorro do Reino Unido, este teria provavelmente soçobrado ante Hitler, mas isso devemos a Churchill, pois a tendência americana ainda era isolacionista até 1941, e Roosevelt teria grandes dificuldades em envolver o seu país na guerra, se não fosse pelo ataque japonês a Pearl Harbor, e a declaração de guerra da Alemanha nazista.
Do lado do mal, podemos igualmente alinhar três personalidades nascidas no século XIX: Adolf Hitler, Joseph Stalin e Mao Tsé-tung, tiranos absolutos, homens que trouxeram morte e destruição para os seus próprios povos e as infligiram a outros também, direta ou indiretamente. Stalin, na sequência de Lênin, um gênio em política, mas um ignaro em economia, foi o homem que mais matou comunista, além de cidadãos comuns, do seu próprio país. Hitler foi tirano absoluto, um demente político, um psicopata com imenso poder de sedução sobre um povo humilhado por Versalhes e por seus próprios erros políticos e econômicos: foi o que mais produziu destruições materiais, escravização de povos inteiros e o genocídio deliberado de milhões de inocentes, por razões puramente ideológicas e raciais. Mao foi outro tirano com a mesma obsessão pelo poder absoluto, que matou milhões de inocentes, direta e indiretamente, do seu próprio povo. Os três juntos devem ter eliminado mais de cem milhões de pessoas, entre militares, militantes e civis inocentes.
Entre outras personalidades impactantes não é possível esquecer John Maynard Keynes, o economista mais influente do século, embora não o de maior eficácia nas suas recomendações. Era um liberal, que por força das crises do entre-guerras, propôs a intervenção dos governos nos ciclos econômicos, para vencer, segundo ele, as fases depressivas. Ao inverter a famosa “lei de Say” – que afirmava que a oferta cria a sua própria demanda – ele conseguiu legitimar políticos que sempre acreditaram que o estímulo à demanda é capaz de impulsionar a economia. Deu no que deu, aliás até hoje, inclusive registrando-se os desastres dos “keynesianos de botequim”, que infelizmente conhecemos muito bem, pelos desastres provocados em nosso próprio país.
Do lado do “bem econômico”, infelizmente com menor sucesso relativo nas definições de políticas econômicas, temos dois outros nomes do século XIX: Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, dois liberais que tentaram alertar sobre os perigos das economias coletivistas, fascistas ou socialistas, mas que não foram ouvidos, e não foram seguidos na maior parte do século XX na maior parte dos países. O renascimento (muito parcial) do liberalismo, no pós-guerra deve-se, em grande medida a um economista, já nascido no século XX, Milton Friedman, que como muitos outros (penso, por exemplo, em Raymond Aron, na França), se esforçou para corrigir os equívocos keynesianos que os políticos insistiam em cometer. Não tiveram muito sucesso até que líderes políticos mais ou menos identificados com essas ideias – mas provavelmente mais influenciados pela situação de crise econômica vivida em seus países – começaram a inverter os claros exageros do keynesianismo aplicado: Margaret Thatcher, no Reino Unido, e Ronald Reagan, nos EUA, foram esses políticos que permitiram um breve e, como disse parcial, renascimento do liberalismo clássico, erroneamente etiquetado pelos intervencionistas e estatizantes como sendo um “neoliberalismo” (embora Friedman usasse esse nome desde 1952).
E no Brasil, quem poderia ser incorporado a essas personalidades do século XIX que impactaram decisivamente o país no decorrer do século XX? Sem dúvida alguma, e em primeiro lugar, o Barão do Rio Branco, o homem que “fechou” a cartografia nacional, consolidando as fronteiras territoriais e inaugurando a moderna diplomacia profissional, que antes (e depois) estava entregue a políticos improvisados em formuladores e executores da política externa. Depois dele, Getúlio Vargas, para o bem e para o mal, por ter construído o Brasil moderno – mas, segundo o poeta Mário de Andrade, o progresso também é uma fatalidade – e por ter feito do agente principal desse país moderno um Estado omnipresente e todo poderoso, que terminou por sufocar a economia e a própria sociedade. A outra personalidade nascida no século XIX e que poderia ter feito do Brasil do século XX um outro país – mas que infelizmente não teve a oportunidade maior – foi Oswaldo Aranha, um “nepote” de Vargas, com perfil de estadista que, se tivesse ascendido à presidência teria feito um país diferente daquele patrocinado por Vargas.
Um outro brasileiro, nascido no século XX, foi uma espécie de Raymond Aron brasileiro, Roberto Campos, no sentido em que ambos tiveram razão muito cedo para serem suficientemente convincentes no contexto de suas próprias sociedades. Na França da segunda metade do século XX, se dizia que era melhor estar errado com Jean-Paul Sartre do que ter razão com Raymond Aron (c’est mieux d’avoir tort avec Sartre que d’avoir raison avec Aron). No Brasil, Campos, chamado de Bob Fields pelos seus inimigos e até pelos nacionalistas rastaqueras que pululam até hoje no país (e agora no Estado), era desprezado inclusive na sua Casa profissional, onde a maioria, já dominada pelo cepalianismo ambiente, o considerava um entreguista, como aliás grande parte dos políticos e dos economistas em funções. Estes, para mim, foram as grandes personalidades do século XX, a maior parte nascida no século XIX.  Num próximo artigo falarei dos “derrotados” brasileiros nos séculos XIX e XX. Até lá.

Brasília,  25 de janeiro de 2016.

Addendum: Meu artigo sobre os “Dez grandes derrotados da nossa história (ou, como o Brasil poderia ter dado certo mas não deu)”, constante de relatos breves sobre dez grandes "fracassados" na história do Brasil [1) Hipólito José da Costa Pereira; 2) José Bonifácio; 3) Irineu Evangelista de Souza; 4) Joaquim Nabuco; 5) Rui Barbosa; 6) Monteiro Lobato; 7) Oswaldo Aranha; 8) Eugênio Gudin; 9) Roberto Campos; 10) Gustavo Franco] foi feito a pedido do site Spotniks, publicado no seu blog em 14/02/2016 (link: http://spotniks.com/dez-grandes-derrotados-da-nossa-historia-ou-como-o-brasil-poderia-ter-dado-certo-mas-nao-deu/) e reproduzido no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/02/dez-grandes-derrotados-de-nossa.html).

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

As personalidades mais influentes do seculo XX - Paulo Roberto de Almeida


As personalidades mais relevantes do século XX

Paulo Roberto de Almeida

As personalidades mais relevantes no século XX, aquelas que provocaram o maior impacto político, intelectual, econômico e social na vida de milhões de habitantes do planeta, foram todas nascidas no século XIX. Minha lista, a seguir, é puramente indicativa, com mini-caracterizações a cada vez, mas sem maiores análises de conteúdo.
Três grandes pensadores mudaram nossa maneira de pensar o mundo: Karl Marx, Sigmund Freud e Albert Einstein. O primeiro morreu no próprio século XIX, mas seu maior impacto se deu no século XX, por meio de discípulos não exatamente filósofos sociais, como ele, mas revolucionários que conseguiram atrasar a economia de mercado, destruir países inteiros, e serem direta e indiretamente responsáveis pela morte de milhões de vítimas inocentes, a maior parte civis comuns. Freud tentou criar uma teoria científica do inconsciente: de certa forma conseguiu, mas seus discípulos bem menos dotados fizeram uma confusão tremenda na psicanálise, que hoje se divide entre freudianos ortodoxos e diversas outras correntes analíticas, desde os junguianos sensatos até os lacanianos indecifráveis. Einstein revolucionou as bases da física e da cosmologia, corrigindo Newton e abrindo novos caminhos para a pesquisa do universo.
O maior estadista do século XX era um imperialista decidido, Winston Churchill, que defendeu o império britânico até sua erosão inevitável, mas foi o homem que resistiu aos maiores tiranos do século XX, com destaque para Hitler. Foi ele quem alertou, desde o início, para os perigos do bolchevismo, sem sucesso porém, e para a ameaça terrível do hitlerismo, não apenas para o seu próprio país, mas para toda a humanidade, e isso desde o início, tendo ficado isolado durante muitos anos, até ser chamado na hora mais decisiva para a Grã-Bretanha, para a Europa e para o mundo. Ele não teria conseguido salvar o mundo de Hitler, contudo, se não fosse por Franklin Delano Roosevelt, um dos grandes (e poucos) estadistas dos Estados Unidos, um país geralmente fechado sobre si mesmo, mas que salvou a humanidade dos piores tiranos em diversas ocasiões (depois de terem tentado todas as outras vias, como ironizou o próprio Churchill). Estes dois são os homens que asseguraram a sobrevivência da civilização durante suas horas mais sombrias. Se Roosevelt não tivesse vindo em socorro do Reino Unido, este teria provavelmente soçobrado ante Hitler, mas isso devemos a Churchill, pois a tendência americana ainda era isolacionista até 1941, e Roosevelt teria grandes dificuldades em envolver o seu país na guerra, se não fosse pelo ataque japonês a Pearl Harbor, e a declaração de guerra da Alemanha nazista.
Do lado do mal, podemos igualmente alinhar três personalidades nascidas no século XIX: Adolf Hitler, Joseph Stalin e Mao Tsé-tung, tiranos absolutos, homens que trouxeram morte e destruição para os seus próprios povos e as infligiram a outros também, direta ou indiretamente. Stalin, na sequência de Lênin, um gênio em política, mas um ignaro em economia, foi o homem que mais matou comunista, além de cidadãos comuns, do seu próprio país. Hitler foi tirano absoluto, um demente político, um psicopata com imenso poder de sedução sobre um povo humilhado por Versalhes e por seus próprios erros políticos e econômicos: foi o que mais produziu destruições materiais, escravização de povos inteiros e o genocídio deliberado de milhões de inocentes, por razões puramente ideológicas e raciais. Mao foi outro tirano com a mesma obsessão pelo poder absoluto, que matou milhões de inocentes, direta e indiretamente, do seu próprio povo. Os três juntos devem ter eliminado mais de cem milhões de pessoas, entre militares, militantes e civis inocentes.
Entre outras personalidades impactantes não é possível esquecer John Maynard Keynes, o economista mais influente do século, embora não o de maior eficácia nas suas recomendações. Era um liberal, que por força das crises do entre-guerras, propôs a intervenção dos governos nos ciclos econômicos, para vencer, segundo ele, as fases depressivas. Ao inverter a famosa “lei de Say” – que afirmava que a oferta cria a sua própria demanda – ele conseguiu legitimar políticos que sempre acreditaram que o estímulo à demanda é capaz de impulsionar a economia. Deu no que deu, aliás até hoje, inclusive registrando-se os desastres dos “keynesianos de botequim”, que infelizmente conhecemos muito bem, pelos desastres provocados em nosso próprio país.
Do lado do “bem econômico”, infelizmente com menor sucesso relativo nas definições de políticas econômicas, temos dois outros nomes do século XIX: Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, dois liberais que tentaram alertar sobre os perigos das economias coletivistas, fascistas ou socialistas, mas que não foram ouvidos, e não foram seguidos na maior parte do século XX na maior parte dos países. O renascimento (muito parcial) do liberalismo, no pós-guerra deve-se, em grande medida a um economista nascido já no século XX, Milton Friedman, que como muitos outros (penso em Raymond Aron, na França), se esforçou para corrigir os equívocos keynesianos que os políticos insistiam em cometer. Não tiveram muito sucesso até que líderes políticos mais ou menos identificados com essas ideias – mas provavelmente mais influenciados pela situação de crise econômica vivida em seus países – começaram a inverter os claros exageros do keynesianismo aplicado: Margaret Thatcher, no Reino Unido, e Ronald Reagan, nos EUA, foram esses políticos que permitiram um breve e, como disse parcial, renascimento do liberalismo clássico, erroneamente etiquetado pelos intervencionistas e estatizantes como sendo um “neoliberalismo” (embora Friedman usasse esse nome desde 1952).
E no Brasil, quem poderia ser incorporado a essas personalidades do século XIX que impactaram decisivamente o país no decorrer do século XX? Sem dúvida alguma, e em primeiro lugar, o Barão do Rio Branco, o homem que “fechou” a cartografia nacional, consolidando as fronteiras territoriais e inaugurando a moderna diplomacia profissional, que antes (e depois) estava entregue a políticos improvisados em formuladores e executores da política externa. Depois dele, Getúlio Vargas, para o bem e para o mal, por ter construído o Brasil moderno – mas, segundo o poeta Mário de Andrade, o progresso também é uma fatalidade – e por ter feito do agente principal desse país moderno um Estado omnipresente e todo poderoso, que terminou por sufocar a economia e a própria sociedade. A outra personalidade nascida no século XIX e que poderia ter feito do Brasil do século XX um outro país – mas que infelizmente não teve a oportunidade maior – foi Oswaldo Aranha, um “nepote” de Vargas, com perfil de estadista que, se tivesse ascendido à presidência teria feito um país diferente daquele patrocinado por Vargas.
Um outro brasileiro, nascido no século XX, foi uma espécie de Raymond Aron brasileiro, Roberto Campos, no sentido em que ambos tiveram razão muito cedo para serem suficientemente convincentes no contexto de suas próprias sociedades. Na França da segunda metade do século XX, se dizia que era melhor estar errado com Jean-Paul Sartre do que ter razão com Raymond Aron (c’est mieux d’avoir tort avec Sartre que d’avoir raison avec Aron). No Brasil, Campos, chamado de Bob Fields pelos seus inimigos e até pelos nacionalistas rastaqueras que pululam até hoje no país (e agora no Estado), era desprezado inclusive na sua Casa profissional, onde a maioria, já dominada pelo cepalianismo ambiente, o considerava um entreguista, como aliás grande parte dos políticos e dos economistas em funções. Estes, para mim, foram as grandes personalidades do século XX, a maior parte nascida no século XIX.  Num próximo artigo falarei dos “derrotados” brasileiros nos séculos XIX e XX. Até lá.

Brasília,  25 de janeiro de 2016, 3 p.

sábado, 24 de dezembro de 2011

As cem personalidades mais influentes: de verdade?

Na verdade, mais de cem, pois existem duplas, e trios, e essa influência, muitas vezes está conjunturalmente delimitada a eventos em um único país, e se espera que seja para melhor...
Listas desse tipo sempre tem incongruências, pois capturam o efêmero do jornalismo, não raro com ambiguidades, pois não se tem certeza de que tais pessoas foram relevantes, de verdade, ou apenas estavam no lugar certo quando ocorreram coisas incertas. Enfim, um pouco de Forrest Gump, se vocês concordam...
Na verdade, o mais curioso é colocá-los todos sob a rubrica de "pensadores". Sinceramente, muitos deles não pensaram absolutamente nada, apenas fizeram meia dúzia de coisas, nem todas pensadas, diga-se de passagem.
Enfim, assim é a imprensa...
Paulo Roberto de Almeida 

LOS 100 PENSADORES DE 2011
Foreign Policy en Español, 02 de diciembre de 2011

FP en español muestra el mercado global de las ideas en 2011 y los responsables de hacerlo posible.
Hace un año el ganador del Premio Nobel de la Paz Mohamed el Baradei –que ocupaba la posición número 20 en la lista de pensadores globales de 2010 de Foreign Policy– dijo del régimen de Hosni Mubarak: “veo un templo ruinoso, casi al borde del colapso. Caerá más pronto que tarde”. Menuda predicción. Este año, hemos reservado el puesto de cabeza de nuestra lista de pensadores 2011 a 14 valientes que están contribuyendo a llevar la democracia a Oriente Medio, desde Wael Ghonim, el ejecutivo de marketing de Google que ayudó a lanzar la revolución de Egipto o a la nueva ganadora del Premio Nobel de la Paz, la yemení Tawakkol Karman. El espíritu de la revolución popular se extiende más allá de quienes ocupan estos primeros 9 puestos, desde los embajadores cuyos cables filtrados por WikiLeaks contribuyeron a llevar a los activistas a las calles o al artista chino Ai Weiwei, que continúa defendiendo la libertad de expresión plantando cara a la opresión del Estado.
Los revolucionarios árabes

1. Alaa al Aswany
Por canalizar el descontento árabe y la renovación.
Novelista | Egipto.
Aswany utilizó su posición de relevancia para ayudar a fundar el movimiento político Kefaya, que fue el primero en articular las demandas que darían energía a los jóvenes de la plaza Tahrir: el fin de la corrupción, el rechazo al gobierno hereditario y el establecimiento de una verdadera cultura democrática. Además, fue un elemento fijo durante el levantamiento egipcio y desde entonces ha intentado mantener vivo el espíritu de la revolución, presionando a la Junta Militar del país actualmente en el poder para que elimine los vestigios del régimen anterior y arremetiendo contra los islamistas egipcios por mostrarse dispuestos a sacrificar los principios del movimiento a cambio de probar el poder.
2. Mohamed el Baradei y Wael Ghonim
Por desafiar a la policía del Estado e inspirar a millones de personas para unirse a ellos.
Activistas por la democracia | Egipto.
Amboshan hecho más que cualquier otra figura para situar las demandas políticas de los ciudadanos de Egipto en el escenario global. Tras su regreso a El Cairo, El Baradei se posicionó como una de las más destacadas voces que defendían empujar la revolución aún más allá. Ghonim se convirtió en la cara global del movimiento poco después de que éste empezara. Ahora, tras las elecciones, con una mayor influencia de los islamistas egipcios, la labor de presionar a favor de un Egipto secular y democrático es más urgente que nunca.
3. Alí Ferzat y Razan Zaitouneh
Por decir la verdad a un poder despiadado.
Dibujante de viñetas | Siria.
Abogada especializada en derechos humanos | Siria.
Alí Ferzat lleva cuatro décadas irritando a los severos poderes de Siria con sus mordaces viñetas políticas, dando muestra de un afilado ingenio y un fulminante ojo para detectar la hipocresía. Razan Zaitouneh representa el corazón palpitante del levantamiento sirio. Esta abogada de 34 años ha estado activa en la oposición del país desde que fundara la Asociación de Derechos Humanos de Siria en 2001. Su página web, que proporciona información actualizada sobre las víctimas y los abusos de las fuerzas de seguridad, ha sido un recurso esencial para los periodistas que no pueden entrar en el país.
4. Rached Ghannouchi y Khairat el Shater
Por trabajar para conciliar el islamismo y la democracia (esperemos).
Líderes islamistas | Túnez y Egipto.
Rached Ghannouchi, de 70 años y antiguo socialista reconvertido en líder islamista del partido Al Nahda (Renacimiento) de Túnez, regresó a casa en enero tras 22 años de exilio en Londres. Después de ganar una mayoría simple del 40% en las primeras elecciones democráticas de la historia del país, su partido ha adquirido un importante papel de mediador en el nuevo Gobierno. Khairat el Shater, el principal financiador de los Hermanos Musulmanes de Egipto, pasó una docena de años en prisión bajo el régimen de Hosni Mubarak antes de ser liberado tras la revolución. Es considerado como uno de los principales candidatos de la ahora legal Hermandad Musulmana. Dadas las audiencias con las que cuentan estos líderes, no existen muchas esperanzas para la democracia a menos que ellos estén implicados. Hasta ahora parecen estar desempeñando un papel fundamentalmente productivo. Confiemos en que siga siendo así.
5. Tawakkol Karman
Por mantener vivo el espíritu de la primavera árabe contra todo pronóstico.
Activista | Yemen.
El día después de que los manifestantes derrocaran al déspota tunecino Zine el Abidine Ben Alí en enero, Tawakkol Karman, una mujer de 32 años y madre de tres hijos que dirige una organización para proteger la libertad de expresión y los derechos humanos, congregó a unos cuantos de sus amigos frente a la Universidad de Sanaa para celebrar el éxito de los tunecinos. De forma sorprendente Karman se situó en primera línea de esta sociedad profundamente patriarcal, articulando un espíritu no violento y unos principios democráticos para definir la revolución. Después fue detenida, lo que la situó en el centro de la polémica y sólo sirvió para atraer más gente a las filas de los que protestaban. Desde entonces, ha sido felicitada por todo el mundo por su coraje, y compartió el Premio Nobel de la Paz por su audacia en su labor para ayuda a lanzar la primavera árabe.
6. Wadah Khanfar
Por convertir la revolución de Al Yazira en una verdadera revolución.
Ex director general, Al Yazira | Qatar.
Cuando el mundo comenzó a ver a los egipcios abarrotar la plaza Tahrir para exigir el derrocamiento del régimen de Hosni Mubarak, todos se volvieron a sintonizar en sus televisores la cadena de propiedad qatarí Al Yazira. Khanfar es el responsable de transformar esta cadena por satélite panárabe en el medio de comunicación más influyente de Oriente Medio y en una inspiración revolucionaria por derecho propio, que ha dado voz a las largamente sofocadas aspiraciones de una nueva generación de ciudadanos árabes. Durante los momentos álgidos de la primavera árabe, Al Yazira contempló un enorme aumento del 2.000% en las visitas a su página en inglés.
7. Manal al Sharif y Eman al Nafjan
Por poner a las mujeres saudíes en el asiento del conductor.
Activistas | Arabia Saudí.
En mayo apareció en youtube un vídeo en el que se veía a Manal al Sharif, una consultora informática saudí y veterana activista por los derechos de la mujer, conduciendo su coche en la ciudad de Khobar. El vídeo —y el posterior encarcelamiento de Sharif— hizo estallar un movimiento, el primer gran desafío en más de una década a las restrictivas normas saudíes dirigidas a las mujeres, las más duras del mundo. Parte de la razón por la que las mujeres están desafiando cada vez más este severo trato es Eman al Nafjan, autora de Saudiwoman’s Weblog, uno de los más influyentes blogs en inglés de Arabia Saudí, además de estudiante de postgrado en Riad y madre de tres hijos.
8. Fathi Terbil
Por creer que ninguna masacre debería quedar sin castigo.
Abogado especializado en derechos humanos | Libia.
Abogado libio de 39 años especializado en derechos humanos, había aceptado valientemente el caso de las 1.200 personas que se calcula fueron masacradas en 1996 en un motín de la prisión de Abu Salim. Cuando las fuerzas de seguridad de Gadafi le detuvieron en Benghazi en febrero, Terbil asumió un papel central en el origen de la historia del levantamiento libio. Ahora, como miembro del Consejo que se sitúa en el núcleo del nuevo Gobierno provisional de Libia, representando a los movimientos juveniles, Terbil no está únicamente intentando llevar justicia a las víctimas de crímenes pasados, sino construir además un Estado bajo el cual estos crímenes no puedan volver a ocurrir.
9. Srdja Popovic y Gene Sharp
Por escribir los manuales de uso para las revoluciones de este año.
Activista | Serbia.
Politólogo | Boston.
Gene Sharp, un académico de 83 años residente en Boston, no estaba sobre el terreno en Túnez o El Cairo, pero sus tácticas desde luego sí. Durante más de medio siglo, Sharp ha estado trabajando para convertir las filosofías de las protestas no violentas concebidas por Henry David Thoreau y Mahatma Gandhi en un proyecto que pueda ser puesto en práctica por los activistas de todo el mundo. Su manual para la revuelta pacífica —el clásico de 1973 La política de la acción no violenta—fue descubierto una vez más por el Movimiento Juvenil 6 de Abril, un grupo de activistas jóvenes que se convirtió en uno de los organizadores centrales de las protestas que este año derribaron al dictador egipcio Hosni Mubarak. El 6 de Abril también tomó inspiración e instrucción práctica del Centro para la Acción y las Estrategias Aplicadas No Violentas (CANVAS, en sus siglas en inglés), un grupo dirigido por Srdja Popovic, antigua estudiante de Biología Marina convertida en revolucionaria, y compuesto por otros veteranos de Otpor (“Basta” en serbio), el movimiento juvenil que organizó los levantamientos estudiantiles de los 90 que lograron derribar a Slobodan Milosevic. Hoy el objetivo de Popovic es contribuir a propagar el modelo de Otpor por todo el mundo y se puede decir que lo ha conseguido.
10. Ben Bernanke, Jean -Claude Trichet y Zhou Xiaochuan
Por ponerse al timón del mundo en medio de la crisis.
Presidentes de bancos centrales | EE UU, Francia, China.
11. Barack Obama
Por liderar desde atrás y mostrar que eso no es necesariamente malo.
Presidente | Washington (EE UU).
12. Dick Cheney y Condoleezza Rice
Por hacer el mundo en que vivimos.
Ex vicepresidente | Washington (EE UU).
Ex secretaria de Estado | Palo Alto (EE UU).
13. Bill y Melinda Gates
Por respaldar sus palabras con su dinero.
Copresidentes, Bill and Melinda Gates Foundation | Seattle (EE UU).
14. Azim Premji
Por ser el Bill Gates de India.
Fundador, Azim Premji Foundation | India.
15. Christine Lagarde
Por no arrugarse ante la crisis o sus impopulares soluciones.
Directora gerente, Fondo Monetario Internacional | Washington (EE UU).
16. Ahmet Davutoglu y Recep Tayyip Erdogan
Por imaginar un nuevo papel para Turquía en el mundo y hacer que se cumpla.
Ministro de Asuntos Exteriores | Turquía.
Primer ministro | Turquía.
17. Jack Dorsey y Mark Zuckerberg
Por cambiar el modo en el que hacemos casi cualquier cosa, incluso derrocar gobiernos.
Presidente ejecutivo de Twitter | San Francisco (EE UU).
CEO de Facebook | Palo Alto (EE UU).
18. Ai Weiwei
Por hacer frente al Partido Comunista Chino, incluso después de que le metiera en la cárcel.
Artista | China.
19. He Weifang y Yu Keping
Por debatir sobre la democracia y ser lo suficientemente valientes como para hacerlo dentro de China.
Académico de Derecho, Universidad de Pekín | China.
Funcionario del Partido Comunista | China.
20. Bill y Hillary Clinton
Por ser la principal pareja con poder de Estados Unidos y demostrar por qué eso importa.
Ex presidente | Nueva York (EE UU).
Secretaria de Estado | Washington (EE UU).
21. Nicolas Sarkozy
Por devolver a Francia su fanfarronería.
Presidente | Francia.
22. Bernard Henri Lévy
Por enfrentarse esta vez a una guerra real.
Filósofo | Francia.
23. Gene Cretz, Elizabeth Dibble, Robert Godec, Carlos Pascual y Anne Patterson
Por escribir los cables de WikiLeaks que de verdad importaban.
Diplomáticos de Estados Unidos | Libia, Washington y Egipto.
24. Sami Ben Gharbia, Daniel Domscheit Berg y Alexey Navalny
Por dar forma a un nuevo mundo de transparencia gubernamental.
Activistas | Túnez, Alemania y Rusia.
25. Carmen Reinhart y Kenneth Rogoff
Por dar la alarma sobre la deuda de Estados Unidos.
Economista, Peterson Institute for International Economics | Washington (EE UU).
Economista, Universidad de Harvard | Cambridge (EE UU).
26. David Beers
Por forzar una conversación sobre la deuda estadounidense que llega con retraso.
Responsable de calificación de la deuda soberana, Standard & Poor’s | Gran Bretaña.
27. Angela Merkel y Wolfgang Schäuble
Por portar el destino de Europa en sus manos.
Canciller | Alemania.
Ministro de Finanzas | Alemania.
28. Mahamoud Abbas y Salm Fayyad
Por forjar un camino entre la violencia y la rendición.
Presidente, Autoridad Nacional Palestina | Cisjordania.
Primer ministro, Autoridad Nacional Palestina | Cisjordania.
29. Mizuho Fukushima y Yuichi Kaido
Por estar en contra de las nucleares en Japón, antes de la ola.
Activistas | Japón.
30. Nouriel Roubini
Por respaldar sus pesimistas predicciones.
Economista, Universidad de Nueva York | Nueva York (EE UU).
31. Aung San Suu Kyi
Por creer en la promesa de la democracia.
Disidente | Birmania.
32. Paul Krugman
Por mantener viva la llama keynesiana en la era de la austeridad.
Economista, Universidad de Princeton | Princeton (EE UU).
33. Joseph Stiglitz
Por cuestionar el descontrol de los mercados globales, antes de que estuviera de moda.
Economista, Universidad de Columbia | Nueva York (EE UU).
34. Elizabeth Warren
Por pedir responsabilidades a Wall Street.
Académica de Derecho, candidata al Senado | Cambridge (EE UU).
35. Amy Chua
Por probar que unas memorias sobre la crianza de los hijos pueden conmocionar al mundo.
Académica de Derecho, escritora | New Haven (EE UU).
36. Terry Engelder, Gary Lash y George P. Mitchell.
Por dar un vuelco a la geopolítica de la energía.
Geólogos, Universidad de Park | EE UU.
Ex CEO | Houston (EE UU).
37. Anna Hazare
Por pedir a la mayor democracia del mundo que haga honor a su nombre.
Activista anti corrupción | India.
38. Mike Mullen
Por un valiente acto final.
Ex jefe, Estado Mayor Conjunto | Washington (EE UU).
39. David Cameron
Por mostrar cómo hacer más con menos.
Primer ministro | Gran Bretaña.
40. Paul Ryan
Por situar en lo más alto de la agenda el problema de la deuda de Estados Unidos.
Congresista | Washington (EE UU).
41. Robert Zoellick
Por intentar reinventar la ayuda para una nueva era.
Presidente, Banco Mundial | Washington (EE UU).
42. Dilma Rousseff
Por ser la poderosa voz del nuevo Sur Global.
Presidenta | Brasil.
43. Edward Glaeser y Saskia Sassen
Por su apasionada defensa de una sociedad basada en las ciudades.
Economista, Universidad de Harvard | Cambridge (EE UU).
Socióloga, Universidad de Columbia | Nueva York (EE UU).
44. Luis Moreno Ocampo y David Scheffer
Por demandar que se exijan responsabilidades a los criminales de guerra.
Fiscal, Tribunal Penal Internacional | Holanda.
Director, Centro para los Derechos Humanos de la Universidad de Northwestern | Chicago (EE UU).
45. Robert Gates
Por ser la última figura bipartidista de Estados Unidos.
Exsecretario de Defensa | Washington (EE UU).
46. Christina Romer
Por continuar dándonos las malas noticias sobre la economía global.
Economista, Universidad de California | Berkeley (EE UU).
47. Sherry Rehman
Por mostrar lo que significa ser valiente en Pakistán.
Miembro del Parlamento | Pakistán.
48. Steven Pinker
Por mirar hacia el lado positivo.
Psicólogo, Universidad de Harvard | Cambridge (EE UU).
49. Andrew Sullivan
Por su elocuente y apasionada defensa de los derechos de los gays.
Bloguero, Daily Beast | Washington (EE UU).
50. Ron Paul
Por ser la figura más influyente -si no elegible- del partido Republicanoa la presidencia.
Congresista | Washington (EE UU).
51. John McCain
Por encontrar de nuevo su voz, en apoyo de los demócratas de todo el mundo.
Senador | Washington (EE UU).
52. Francis Deng y Gareth Evans
Por hacer la responsabilidad de proteger más académica.
Asesor especial de la Secretaría General de la ONU | Nueva York (EE UU).
Rector, Universidad Nacional Australiana | Australia.
53. Samantha Power
Por trabajar para demostrar que hacer el bien puede ir también en el interés de la nación.
Asesora de la Casa Blanca | Washington (EE UU).
54. Mohamed el Erian
Por emplear mano firme por el bien de un mundo en estado de negación.
CEO, Pimco | Newport Beach (EE UU).
55. Martin Wolf
Por apelar al mayor común denominador.
Columnista, Financial Times | Gran Bretaña.
56. Paul Collier
Por apuntar el dedo directamente a dónde debe: los dictadores del mundo.
Economista, Universidad de Oxford | Gran Bretaña.
57. Ilda Boccassini
Por descorrer el telón de la Italia de Silvio Berlusconi.
Fiscal | Italia.
58. Thomas Friedman
Por mantener la esperanza en la renovación de Estados Unidos.
Columnista de asuntos internacionales, New York Times | Washington (EE UU).
59. Jens Stoltenberg
Por recibir el terror con humanidad.
Primer ministro | Noruega.
60. Abhijit Banerjee y Esther Duflo
Por su brillante libro sobre los más pobres del mundo.
Economistas, Massachusetts Institute of Technology | Cambridge (EE UU).
61. Mikko Hypponen
Por ayudarnos a entender las nuevas amenazas de la era cibernética.
Responsable de investigación, F-Secure | Finlandia.
62. Herman Chinero -Hesse
Por conducir a África a la era móvil.
Emprendedor de software | Ghana.
63. Meir Dagan
Por ser el último hombre en Israel en plantar cara a Benjamín Netanyahu.
Ex director, Mossad | Israel.
64. Joseph Nye
Por ver el futuro del poder.
Politólogo, Universidad de Harvard | Cambridge (EE UU).
65. Nancy Birdsall
Por mostrar que una obsequio en efectivo puede ser la mejor clase de ayuda.
Presidenta, Center for Global Development | Washington (EE UU).
66. Barry Eichengreen
Por mostrarnos que el dinero no lo es todo.
Economista, Universidad de California | Berkeley (EE UU).
67. Robert D. Kaplan
Por redibujar el mapa global de nuestro futuro.
Periodista | Washington (EE UU).
68. Bruce Bueno de Mesquita
Por aplicar su mirada de profeta al problema de las dictaduras.
Politólogo, Universidad de Nueva York | Nueva York (EE UU).
69. Kenneth Roth
Por devolver el músculo a los derechos humanos.
Director ejecutivo, Human Rights Watch | Nueva York (EE UU).
70. Zaha Hadid
Por crear nuevas formas para una nueva época.
Arquitecta | Gran Bretaña.
71. Daniel Kahneman
Por analizar por qué cometemos los errores que cometemos.
Psicólogo, Universidad de Princeton | Princeton (EE UU).
72. Tyler Cowen
Por encontrar mercados en todo.
Economista, Universidad George Mason | Fairfax (EE UU).
73. Joi Ito y Ethan Zuckerman
Por mirar por el futuro de los medios globales.
Directores, MIT Media Lab y MIT Center for Civic Media | Cambridge (EE UU).
74. Rory Stewart
Por desafiar a los COINdinistas.
Miembro del Parlamento | Gran Bretaña.
75. Maria Bashir
Por aspirar a un Afganistán gobernado por la ley, no por los hombres.
Fiscal | Afganistán.
76. Bjorn Lomborg
Por parecer más acertado que nunca en la política sobre el cambio climático.
Director, Copenhagen Consensus Center | Dinamarca.
77. Cem Özdemir
Por facilitar que Alemania se vuelva verde.
Co-presidente, Partido Verde | Alemania.
78. Lester Brown
Por anunciar la crisis alimentaria de 2011.
Presidente, Earth Policy Institute | Washington (EE UU).
79. Deepa Narayan
Por ver a los pobres como algo más que víctimas.
Investigadora sobre la pobreza | India.
80. Desmond Tutu
Por mantener vivo el espíritu de Mandela en un país que parece haberlo olvidado.
Arzobispo emérito | Sudáfrica.
81. Yoani Sánchez
Por mostrar que Internet de verdad llega a cualquier parte, incluso a la Cuba de Castro.
Bloguera | Cuba.
82. Clay Shirky
Por comprender el revolucionario poder de los medios de comunicación sociales, antes que nadie.
Escritor | Nueva York (EE UU).
83. Jared Cohen y Alec Ross
Por intentar arrastrar la diplomacia hasta el siglo XXI.
Director, Google Ideas | Nueva York (EE UU).
Asesor para la innovación, Departamento de Estado | Washington (EE UU).
84. Mustafa Barghouti
Por creer en una política diferente para Palestina.
Político | Cisjordania.
85. Pervez Hoodbhoy
Por su osado desafío secular.
Físico, Universidad de Quaid-i-Azam | Pakistán.
86. Andy Sumner
Por encontrar a los nuevos mil millones más pobres.
Economista, Universidad de Sussex | Gran Bretaña.
87. Johanna Sigurdardottir
Por mostrar cómo mujeres buenas están arreglando lo que los hombres rompieron.
Primera ministra | Islandia.
88. John Githongo
Por trabajar para construir una nación de ciudadanos en actitud vigilante.
Activista anti-corrupción | Kenia.
89. Paul Farmer
Por recordar al mundo la continuada lucha de Haití.
Antropólogo médico, Universidad de Harvard | Boston (EE UU).
90. Anne- Marie Slaughter
Por usar nuevas herramientas para trabajar en defensa de una nueva política exterior.
Politóloga, Universidad de Princeton | Princeton (EE UU).
91. Kishore Mahbubani
Por ser la musa del siglo de Asia.
Decano, Escuela Lee Kuan Yew de Políticas Públicas | Singapur.
92. Ngozi Okonjo -Iweala
Por regresar a casa para hacer limpieza.
Ministra de Finanzas | Nigeria.
93. Lant Pritchett
Por explicar por qué el mundo en desarrollo no se desarrolla.
Economista, Universidad de Harvard |Cambridge (EE UU).
94. Arundhati Roy
Por ser la voz de los que no tienen voz en India.
Escritora | India.
95. Boris Johnson
Por ofrecer una cara más amable del euroescepticismo.
Alcalde de Londres | Gran Bretaña.
96. Mari Kuraishi
Por usar el crowdsourcing para salvar el mundo.
Presidenta, GlobalGiving Foundation | Washington (EE UU).
97. Arvind Subramanian
Por dar la alarma sobre el dominio económico de China.
Senior fellow, Peterson Institute for International Economics | Washington (EE UU).
98. Rick Falkvinge
Por llevar a los piratas a la política.
Fundador, Partido Pirata | Suecia.
99. Teodoro Petkoff
Por hacer frente a Hugo Chávez.
Editor, Tal Cual | Venezuela.
100. Stéphane Hessel
Por llevar el espíritu de la resistencia francesa a una sociedad global descorazonada.
Escritor | Francia.